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domingo, 30 de agosto de 2009

Ciclofaixa é teste para bicicleta ganhar espaço no trânsito de SP

Ciclofaixa é teste para bicicleta ganhar espaço no trânsito de SP
Prefeitura inaugura faixas exclusivas para ciclistas aos domingos.Capital paulista tem 10 km de ciclovias; prefeitura reconhece que é pouco.
Mariana Oliveira Do G1, em São Paulo
Os ciclistas que há muito tentam ser reconhecidos pelos outros veículos como parte do trânsito na capital paulista ganham neste domingo (30) um alento: a prefeitura inaugura cinco quilômetros de ciclofaixas, o que entidades e ciclistas consideram como um "começo" para ampliar o espaço das bicicletas nas ruas da cidade. Assista no vídeo ao lado: Ciclista mostra dificuldades no trânsito de SP Leia também: - Quer ir de bicicleta para o trabalho? Confira dicas
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As ciclofaixas serão de uso exclusivo dos ciclistas apenas aos domingos na parte da manhã, das 7h às 12h. São cinco quilômetros - dez se considerar as duas mãos das vias - que ligam os parques do Ibirapuera, do Povo e das Bicicletas, todos na Zona Sul de São Paulo.
Diferenças entre ciclofaixas e ciclovias
Ciclovias
Espaços destinados ao trânsito de bicicletas. Há trechos exclusivos para bicicletas e outros compartilhados com pedestres.
Ciclofaixas
São faixas pintadas nas vias comuns com trânsito exclusivo para bicicletas, mas sem separação física.
Fonte: Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo (CET)
O novo equipamento passa a integrar um espaço modesto destinado às bicicletas no trânsito de São Paulo.
Atualmente são 10,5 quilômetros de ciclovias, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo (CET), frente a 16 mil quilômetros de vias públicas em toda cidade - confira o mapa cicloviário da cidade no infográfico abaixo.
Do total de ciclovias, um trecho de 1,3 quilômetros da Avenida Faria Lima está desativado provisoriamente por conta de outras obras e não há previsão oficial para reabertura, segundo informações da CET.
Ciclistas ouvidos pelo G1 dizem que, efetivamente, eles só tem 7,8 quilômetros de ciclovias, porque outros 1,4 km no Sumaré viraram um calçadão. A CET informou, porém, que trata-se de trecho compartilhado com pedestres. O órgão admitiu que o asfato está ruim, mas disse que a recuperação está em estudo.
Mariana Oliveira/G1
Irineu Gnneco Filho, diretor de Planejamento e Educação no Trânsito da CET
Pouco espaço
O diretor de Planejamento e Educação no Trânsito da CET, Irineu Gnecco Filho, admitiu que o espaço destinado para as bicicletas em São Paulo em ciclovias, atualmente em 10 km, é pequeno. "É pouco. São Paulo deveria ter pelo menos 300 quilômetros entre ciclovias e ciclofaixas e nossa meta é buscar isso até o final dessa administração", disse Gnecco Filho.
A atual gestão termina em 2013. Já estão em projeto três circuitos para bicicletas, que terão, juntos, 20 km de ciclovias, 25 km de ciclofaixas e 9,5 km de tráfego compartilhado. Os bairros beneficiados serão Jardim Helena (previsão de começar em dezembro deste ano); Jardim Brasil (início das obras em março de 2010); e Grajaú/Cocaia (início previsto para abril de 2010). As obras custarão R$ 21,75 milhões, segundo a prefeitura.
Os dados da CET mostram que o espaço das bicicletas no trânsito está crescendo consideravelmente. Embora representem apenas 0,6% das viagens da capital paulista - os carros representam 28,4% - a bicicleta apresentou maior evolução entre todos os meios de transporte nos últimos dez anos.
Segundo o diretor da CET, a prefeitura já vê a bicicleta como meio de transporte. Uma das medidas recentes foi transferir a responsabilidade sobre as bicicletas da Secretaria do Verde, que cuida da área ambiental, para a CET, que administra o tráfego da cidade.
E, na avaliação do diretor da CET, as ciclofaixas que serão inauguradas aos domingos vão ajudar os outros veículos a enxergarem a bicicleta como parte do trânsito.
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"Com as ciclofaixas, estamos criando possibilidades de deslocamento com segurança. Para que os ciclistas comecem a descobrir como é a convivência do trânsito com carros, motos, ônibus e caminhões. E não só o ciclistas tem que aprender. Vamos criar a possibilidade de educação mútua e interação entre todos os veículos."
Ciclofaixas
Integrante da Organização Não Governamental Ecologia Urbana, ligada ao Movimento Nossa São Paulo, o ciclista Rafael Poço acha que a prefeitura deve se conscientizar que as políticas para os ciclistas não podem parar nas ciclofaixas. "Acho que ela não é o fim.
É o começo. É parte do começo porque eles devem perceber que tem bastante gente que deixa de andar de bicicleta porque tem medo da falta de estrutura", diz Poço. Para ele, porém, o tempo de uso da faixa exclusiva é curto.
Foto: Marcio Fernandes/AE
Ciclofaixa abrirá neste domingo (30) (Foto: Marcio Fernandes/AE)
Tempo curto

O militante do movimento dos cicloativistas na capital paulista André Pasqualini diz que o período torna a ciclofaixa "limitada".
"Essa ciclofaixa é ótima, pena que começou limitada. O objetivo inicial era unir oito parques e também tem a questão do pouco horário. Acho que a CET limitou o projeto porque quer testar, eles não têm a menor idéia de como lidar com o ciclista." Para ele, a bicicleta, "antes vista como brinquedo", começa a ser vista como meio de transporte.
O ciclista Willian Cruz, analista de sistemas, concorda com os colegas sobre o horário das ciclofaixas: "A ciclofaixa é legal para lazer.
E é um começo porque faz os carros começarem a se habituar com a presença bicicleta e ajuda quem tem medo, a começar a perder o receio. Só o horário que é curto, acaba meio dia o lazer do paulistano que gosta da bicicleta.
" A CET informou que se trata de um horário experimental e ficou definido porque a partir das 12h o volume de carros na região aumenta porque é uma região de serviços, com muitos restaurantes. A prefeitura não descarta que o horário seja ampliado posteriormente. "Qualquer ajuste no horário no decorrer do processo será feito", diz o diretor de Planejamento.
Fonte: g1, O Portal de Notícias da Globo 29/08/09 - 07h42 - Atualizado em 29/08/09 - 07h42

6 comentários:

Anônimo disse...

Essa idéia é ótima,mas muito importante também é a consciência dos motoristas dos carros,motos e bicicletas.Tem tudo pra dar certo se houver respeito.

ONG ALERTA disse...

Respeito com as vidas é o que importa!

Mariana disse...

É louvável esta iniciativa.Vamos ficar na torcida que dê certo e que outras cidades sigam o exemplo.

Ricardo Conceição disse...

O respeito deve ser de todos os ciclistas tembém tem de ter muito cuidado, principalmente porque os mortoristas não estão acostumados com bicicletas.

Maria Inês Mascarenhas disse...

Não respeitam a de segurança e agora tem mais uma. Mas vamos tentar fazer funcionar.

Paulo Soares disse...

Quando se quer tudo se aprende!!